3º ANO



O Romantismo proclama a liberdade de criação e de expressão.

São características do Romantismo:

• Liberdade de criação e de expressão
• Nacionalismo
• Historicismo
• Medievalismo
• Tradições populares
• Individualismo, egocentrismo
• Pessimismo
• Escapismo
• Crítica social

Essas são características predominantes do movimento, mas suas tendências foram diversas.

Veja algumas tendências e seus principais temas:

* Nacionalismo, historicismo e medievalismo:

Exaltação dos valores e os heróis nacionais, ambientando seu passado histórico, principalmente o período medieval.

* Valorização das fontes populares – o folclore:

Os autores buscavam inspiração nas narrativas orais e nas canções populares, manifestação do nacionalismo romântico.

* Confessionalismo

Os sentimentos pessoais do autor em dado momento de sua vida são expressos nas obras.

* Pessimismo

A melancolia do poeta inglês Lord Byron se faz presente em todas as literaturas, portanto há a presença do individualismo e do egocentrismo adquirem traços doentios de adaptação.
O “mal do século” ou tédio de viver conduz:
- ambiente exótico ou passado misterioso.
- narrativas fantásticas (envolvendo o sobrenatural)
- morte (como última solução)

* Crítica Social

O Romantismo pode assumir um caráter combativo de oposição e crítica social, observamos sua ocorrência na sua última fase.


As gerações românticas


Há uma nítida evolução através de três gerações de autores, cada geração é marcada por certos traços e temas.

* Primeira geração

Os primeiros autores conservavam características clássicas (apego às regras da produção literária).

Principais temas:

Em Portugal
- nacionalismo
- romance histórico
- medievalismo

No Brasil
- indianismo

Segunda geração

Período do Ultrarromantismo: exagero pelo subjetivismo e emocionalismo (o tédio, devaneio, sonho, desejo da morte estão sempre presentes)

Terceira geração

Essa fase antecipa características da Escola Realista, que substituirá o Romantismo. O subjetivismo e o emocionalismo cederão lugar para uma literatura de tom exaltado, baseada nos grandes debates sociais e políticos da época.


Romantismo somente foi definido como escola literária nos últimos 25 anos do século XVIII. A Alemanha e a Inglaterra foram pioneiras no romantismo, mas foi a França que divulgou a nova tendência.
Em Portugal, o poema “Camões” de Almeida Garrett foi o marco inicial do Romantismo no país.
O livro de poesias “Suspiros poéticos e saudades” e a revista Niterói são consideradas o marco inicial do Romantismo no Brasil. As duas obras foram lançados no ano de 1836.
O momento histórico em que ocorreu o Romantismo no Brasil, deve ser visto a partir da chegada da família real, em 1808, que leva o Rio de Janeiro a viver um processo de urbanização e intelectualização.
Características do Romantismo
Inicialmente, romântico era tudo aquilo que se opunha a clássico. Ou seja, passa a valorizar o caráter popular, o folclore e o que é nacional. O indivíduo passa a ser o centro das atenções, apelando para a imaginação e para os sentimentos, resultando uma interpretação subjetiva da realidade.
Veja uma tabela abaixo comparando algumas características do Classicismo com o Romantismo.
Classicismo
Romantismo
razão
sensibilidade
elitização
Motivos populares
Imagem racional do amor e da mulher
Imagem sentimental e subjetiva do amor e da mulher
erudição
folclore
paganismo
Cristianismo
Antiguidade clássica
Idade média
Impessoal, objetivo
Pessoal, subjetivo
Disciplina
Libertação
Geral, universal
Particular, individual
Modelo clássico
Não há modelos
Formas poéticas fixas
Versificação livre
Apelo à inteligência
Apelo à imaginação
Gerações românticas no Brasil
O Romantismo pode ser classificado em três gerações no Brasil.
Primeira – geração nacionalista: Exaltação da natureza, criação do herói na figura do índio, sentimentalismo e a religiosidade são algumas das características marcantes da chamada geração indianista. Principais autores: Gonçalves Dias, Gonçalves de Magalhães e Araújo Porto Alegre.
Segunda – geração do mal-do-século: Negativismo, desilusão, tédio e dúvida são características da segunda geração do romantismo. A fuga da realidade é um dos temas preferidos que se manifesta na exaltação da morte e nas virgens sonhadoras. Principais autores: Álvares de Azevedo, Casimiro de Abreu, Junqueira Freire e Fagundes Varela.
Terceira – geração condoeira: Caracterizada pela poesia social e libertária, reflete as lutas internas da segunda metade do reinado de D. Pedro II. Castro Alves foi seu principal representante.
O QUE É LITERATURA
Literatura é a arte de compor escritos artísticos, em prosa ou em verso, de acordo com princípios teóricos e práticos, o exercício dessa arte ou da eloquência e poesia.[1]
A palavra Literatura vem do latim "litteris" que significa "Letras", e possivelmente uma tradução do grego "grammatikee". Em latim, literatura significa uma instrução ou um conjunto de saberes ou habilidades de escrever e ler bem, e se relaciona com as artes da gramática, da retórica e da poética. Por extensão, se refere especificamente à arte ou ofício de escrever de forma artística. O termo Literatura também é usado como referência a um corpo ou um conjunto escolhido de textos como, por exemplo, a literatura médica, a literatura inglesa, literatura portuguesa, literatura japonesa etc.

LINGUAGEM DENOTATIVA E LINGUAGEM CONOTATIVA

* LINGUAGEM DENOTATIVA

Quando o emissor busca objetividade de expressão da mensagem, utiliza a linguagem denotativa, com função referencial. As palavras são empregadas em seu significação (usual, literal, real), referindo-se a uma realidade concreta ou imaginária.

A denotação é encontrada em textos de natureza informativa, como textos jornalísticos ou científicos, visto que o emissor busca informar objetivamente o receptor.

É comum na literatura brasileira os autores empregarem as palavras em um outro sentido, o conotativo (figurado). Todavia, é na poesia que isso ocorre com mais frequência, embora não seja apenas na literatura e na poesia que a conotação aparece, mas também nos anúncios publicitários e até mesmo na linguagem do dia-a-dia.

Denotação de um termo é o objeto ao qual o mesmo se refere.

É o emprego de palavras no seu sentido proprio, comum, habitual, preciso, aquele que consta nos dicionários. A linguagem denotativa é basicamente informativa, ou seja, não produz emoção ao leitor. É informação bruta com o único objetivo de informar. É a forma de linguagem que lemos em jornais, bulas de remédios, em um manual de instruções etc.

Por isso, a palavra literária é conotativa, é uma linguagem carregada de emoções e sons. Isto fica evidente em momentos da crônica Notícia de Jornal de Stanislaw Ponte Preta: "João José Gualberto, vulgo Sorriso, foi preso na madrugada de ontem, no Beco da Felicidade, por ter assaltado a Casa Garson, de onde roubara um lote de discos. (…)"

* LINGUAGEM CONOTATIVA

Conotação é o emprego de uma palavra tomada em um sentido incomum, figurado, circunstancial, que depende sempre do contexto. Muitas vezes é um sentido poético, fazendo comparações.

Exemplos:

A frieza do olhar nao se esconde.

A lua nova é o sorriso do céu.

Exemplos de conotação: Os provérbios ou ditos populares são exemplos da linguagem de uso conotativo.

"Quem está na chuva é para se molhar" seria o mesmo que: "Quando alguém opta por uma determinada experiência, deve assumir todas as regras e consequências decorrentes dessa experiência".
"Em Casa de ferreiro, o espeto é de pau" é equivalente a que a pessoa faz favores fora de casa, para os outros, mas não faz em casa, para si mesma.

Conotação é a associação subjetiva, cultural e/ou emocional, que está para além do significado estrito ou literal de uma palavra, frase ou conceito. Além da sua denotação, o sentido referencial, literal, cada palavra remete a inúmeros outros sentidos, virtuais, conotativos, que são apenas sugeridos, evocando outras idéias associadas, de ordem abstrata, subjetiva.É o sentido de palavras em um sentido incomum,figurado,circunstancial,que depende sempre do contexto.

Gêneros literários
A literatura começou a existir no Brasil através da colonização europeia pelos portugueses. Até então, a literatura portuguesa, formada e influenciada pela literatura greco-romana, seguia a tradição da divisão padronizada dos gêneros literários, a qual se fundamentou nos dias de hoje por meio do filósofo Aristóteles. Esta separação facilita a identificação das características temáticas e estruturais das obras, sejam elas em prosa ou em verso. Logo, quanto ao conteúdo (tema) e à estrutura, podemos enquadrar as obras literárias nos gêneros literários seguintes:

• Épico: é a narrativa com temática histórica; são os feitos heroicos de um determinado povo. O narrador conta os fatos passados, apenas observando e relatando os feitos objetivamente, sem interferência, o que torna a narrativa mais objetiva.
• Dramático: é o gênero ligado diretamente à representação de um acontecimento por atores.
• Lírico: gênero essencialmente poético, que expõe a subjetividade do autor e diz ao leitor do estado emocional do “eu-lírico”.
17-03-2014
 Lista de Exercícios - Orações Subordinadas Substantivas
1. (FCMSCSP) A palavra se é conjunção subordinativa integrante (por introduzir oração subordinada substantiva objetiva direta) em qual das orações seguintes?

a) Ele se morria de ciúmes pelo patrão.

b) A Federação arroga-se o direito de cancelar o jogo.

c) O aluno fez-se passar por doutor.

d) Precisa-se de pedreiros.

e) Não sei se o vinho está bom.

2. (FCE-SP) "Os homens sempre se esquecem de que somos todos mortais." A oração destacada é:

a) substantiva completiva nominal

b) substantiva objetiva indireta

c) substantiva predicativa

d) substantiva objetiva direta

e) substantiva subjetiva

3. (FEI-SP) "Estou seguro de que a sabedoria dos legisladores saberá encontrar meios para realizar semelhante medida." A oração em destaque é substantiva:

a) objetiva indireta

b) completiva nominal

c) objetiva direta

d) subjetiva

e) apositiva

4. (UCMG) Há oração subordinada substantiva apositiva em:

a) Na rua perguntou-lhe em tom misterioso: onde poderemos falar à vontade?

b) Ninguém reparou em Olívia: todos andavam como pasmados.

c) As estrelas que vemos parecem grandes olhos curiosos.

d) Em verdade, eu tinha fama e era visto valsista emérito: não admira que ela me preferisse.

e) Sempre desejava a mesma coisa: que a sua presença fosse notada.

5. (UFMG) Na frase "Maria do Carmo tinha a certeza de que estava para ser mãe", a oração em destaque é:

a) subordinada substantiva objetiva indireta

b) subordinada substantiva completiva nominal

c) subordinada substantiva predicativa

d) coordenada sindética conclusiva

e) coordenada sindética explicativa

6. (UFPA) Qual o período em que há oração subordinada substantiva predicativa?

a) Meu desejo é que você passe nos exames vestibulares.

b) Sou favorável a que o aprovem.

c) Desejo-te isto: que sejas feliz.

d) O aluno que estuda consegue superar as dificuldades do vestibular.

e) Lembre-se de que tudo passa neste mundo.

7. (FESP) "Lembro-me de que ele só usava camisas brancas." A oração em destaque é:

a) substantiva completiva nominal

b) substantiva objetiva indireta

c) substantiva predicativa

d) substantiva subjetiva

e) n.d.a.

8. Procurando se ater ao código ora exposto, relacione a segunda coluna de acordo com a primeira:

a – (A) oração subordinada objetiva direta

b – (B) oração subordinada completiva nominal

c – (C) oração subordinada objetiva indireta

d – (D) oração subordinada subjetiva

e – (E) oração subordinada predicativa

(   ) Ninguém desconfiava de que as decisões já estavam tomadas.

(   ) Chegamos à conclusão de que nosso passeio não acontecerá.

(   ) O problema é que não confio em você.

(   ) O barulho constante não permite que os moradores vivam tranquilos.

(   ) Decidiram-se que as novas mercadorias teriam um novo valor.

9. (Uberlândia) Na frase: “Suponho que nunca teria visto um homem”, a subordinada é:

a – (   ) substantiva objetiva direta

b – (   ) substantiva completiva nominal

c – (    ) substantiva predicativa

d – (    ) substantiva apositiva

e – (    ) substantiva subjetiva

10. (F. Tibiriçá-SP) No período "Todos tinham certeza de que seriam aprovados", a oração destacada é:

a) substantiva objetiva indireta

b) substantiva completiva nominal

c) substantiva apositiva

d) substantiva subjetiva

e) n.d.a.

11. (UFSCar-SP) Marque a opção que contém oração subordinada substantiva completiva nominal.

a) "Tanto eu como Pascoal tínhamos medo de que o patrão topasse Pedro Barqueiro nas ruas da cidade."

b) "Era preciso que ninguém desconfiasse do nosso conluio para prendermos o Pedro Barqueiro."

c) "Para encurtar a história, patrãozinho, achamos Pedro Barqueiro no rancho, que só tinha três divisões: a sala, o quarto dele e a cozinha."

d) "Quando chegamos, Pedro estava no terreiro debulhando milho, que havia colhido em sua rocinha, ali perto."

e) "Pascoal me fez um sinalzinho, eu dei a volta e entrei pela porta do fundo para agarrar o Barqueiro pelas costas."

12. (F. Objetivo-SP) No período: "É necessário que todos se esforcem", a oração destacada é:

a) substantiva objetiva direta

b) substantiva objetiva indireta

c) substantiva completiva nominal

d) substantiva subjetiva

e) substantiva predicativa

13. (F. Objetivo-SP) "A verdade é que a gente não sabia nada..." Classifica-se a segunda oração como:

a) subordinada substantiva objetiva direta

b) subordinada adverbial conformativa

c) subordinada substantiva objetiva indireta

d) subordinada substantiva predicativa

e) subordinada substantiva apositiva

04-02-2014
O Período Composto se caracteriza por possuir mais de uma oração em sua composição.
Sendo Assim:

- Eu irei à praia. (Período Simples)
- Estou comprando  um protetor solar, depois irei à praia. (Período Composto)
- Já me decidi: só irei à praia, se antes eu comprar um protetor solar. (Período Composto).

Cada verbo ou locução verbal sublinhada acima corresponde a uma oração. Isso implica que o primeiro exemplo é um período simples, pois tem apenas uma oração, os dois outros exemplos são períodos compostos, pois têm mais de uma oração.

Há dois tipos de relações que podem se estabelecer entre as orações de um período composto: uma relação de coordenação ou uma relação de subordinação.

Duas orações são coordenadas quando estão juntas em um mesmo período, (ou seja, em um mesmo bloco de informações, marcado pela pontuação final), mas têm, ambas, estruturas individuais, como é o exemplo de:

- Estou comprando um protetor solar, depois irei à praia. (Período Composto)

Podemos dizer:

1. Estou comprando um protetor solar.
2. Irei à praia.

Separando as duas, vemos que elas são independentes.

É desse tipo de período que iremos falar agora: o Período Composto por Coordenação.

Quanto à classificação das orações coordenadas, temos dois tipos: Coordenadas Assindéticas e Coordenadas Sindéticas.

Coordenadas Assindéticas
São orações coordenadas entre si e que não são ligadas através de nenhum conectivo. Estão apenas justapostas.

Coordenadas Sindéticas
Ao contrário da anterior, são orações coordenadas entre si, mas que são ligadas através de uma conjunção coordenativa. Esse caráter vai trazer para esse tipo de oração uma classificação:

As orações coordenadas sindéticas são classificadas em cinco tipos: aditivas, adversativas, alternativas, conclusivas e explicativas.

Vejamos exemplos de cada uma delas:

Orações Coordenadas Sindéticas Aditivas: e, nem, não só... mas também, não só... como, assim... como.

- Não só cantei como também dancei.
- Nem comprei o protetor solar, nem fui à praia.
- Comprei o protetor solar e fui à praia.

Orações Coordenadas Sindéticas Adversativas: mas, contudo, todavia, entretanto, porém, no entanto, ainda, assim, senão.

- Fiquei muito cansada, contudo me diverti bastante.
- Ainda que a noite acabasse, nós continuaríamos dançando.
- Não comprei o protetor solar, mas mesmo assim fui à praia.

Orações Coordenadas Sindéticas Alternativas: ou... ou; ora...ora; quer...quer; seja...seja.

- Ou uso o protetor solar, ou uso o óleo bronzeador.
- Ora sei que carreira seguir, ora penso em várias carreiras diferentes.
- Quer eu durma quer eu fique acordado, ficarei no quarto.

Orações Coordenadas Sindéticas Conclusivas: logo, portanto, por fim, por conseguinte, consequentemente.

- Passei no vestibular, portanto irei comemorar.
- Conclui o meu projeto, logo posso descansar.
- Tomou muito sol, consequentemente ficou adoentada.

Orações Coordenadas Sindéticas Explicativas: isto é, ou seja, a saber, na verdade, pois.

- Só passei na prova porque me esforcei por muito tempo.
- Só fiquei triste por você não ter viajado comigo.
- Não fui à praia pois queria descansar durante o Domingo.



"Bill Gates foi convidado por uma escola secundária para uma palestra. Chegou de helicóptero, tirou o papel do bolso onde havia escrito onze itens. Leu tudo em menos de 5 minutos, foi aplaudido por mais de 10 minutos sem parar, agradeceu e foi embora em seu helicóptero. O que estava escrito é muito interessante, leiam:

1. A vida não é fácil — acostume-se com isso.

2. O mundo não está preocupado com a sua auto-estima. O mundo espera que você faça alguma coisa útil por ele ANTES de sentir-se bem com você mesmo.

3. Você não ganhará R$20.000 por mês assim que sair da escola. Você não será vice-presidente de uma empresa com carro e telefone à disposição antes que você tenha conseguido comprar seu próprio carro e telefone.

4. Se você acha seu professor rude, espere até ter um chefe. Ele não terá pena de você.

5. Vender jornal velho ou trabalhar durante as férias não está abaixo da sua posição social. Seus avós têm uma palavra diferente para isso: eles chamam de oportunidade.

6. Se você fracassar, não é culpa de seus pais. Então não lamente seus erros, aprenda com eles.

7. Antes de você nascer, seus pais não eram tão críticos como agora. Eles só ficaram assim por pagar as suas contas, lavar suas roupas e ouvir você dizer que eles são “ridículos”. Então antes de salvar o planeta para a próxima geração querendo consertar os erros da geração dos seus pais, tente limpar seu próprio quarto.

8. Sua escola pode ter eliminado a distinção entre vencedores e perdedores, mas a vida não é assim. Em algumas escolas você não repete mais de ano e tem quantas chances precisar até acertar. Isto não se parece com absolutamente NADA na vida real. Se pisar na bola, está despedido… RUA!!! Faça certo da primeira vez!

9. A vida não é dividida em semestres. Você não terá sempre os verões livres e é pouco provável que outros empregados o ajudem a cumprir suas tarefas no fim de cada período.

10. Televisão NÃO é vida real. Na vida real, as pessoas têm que deixar o barzinho ou a boate e ir trabalhar.

11. Seja legal com os CDFs (aqueles estudantes que os demais julgam que são uns babacas). Existe uma grande probabilidade de você vir a trabalhar PARA um deles."


Morte e Vida Severina, de João Cabral de Melo Neto
Análise da obra

Morte e Vida Severina, o texto mais popular de João Cabral de Melo Neto, é um auto de natal do folclore pernambucano e, também, da tradição ibérica. Foi escrito entre 1954-55.

Naquela ocasião, Maria Clara Machado, que dirigia o teatro Tablado, no Rio, pedira que João Cabral escrevesse algo sobre retirantes. O poeta escreveu, então, um grupo de poemas dramáticos, para "serem lidos em voz alta" e os dedicou a Rubem Braga e Fernando Sabino, "que tiveram a idéia deste repertório".

Morte Vida Severina tem como subtítulo Auto de Natal pernambucano e tem inspiração nos autos pastoris medievais ibéricos, além de espelhar-se na cultura popular nordestina.

É por esse motivo que, no poema, João Cabral usa preferencialmente o verso heptassilábico, a chamada "medida velha", ou redondilho maior, verso sonoroso e facilmente obtido.

Morte e Vida Severina estruralmente está dividida em 18 partes; no entanto, outra divisão muito nítida pode ser feita quanto à temática: da parte 1 a 9, compreende-se o périplo de Severino até o Recife, seguindo sempre o rio Capibaribe, ou o "fio da vida" que ele se dispõe a seguir, mesmo quando o rio lhe falta e dele só encontra a leve marca no chão crestado pelo sol. Da parte 10 a 18, o retirante está no Recife ou em seus arredores e sofridamente sabe que para ele não há nenhuma saída, a não ser aquela que presenciou no percurso: a morte.

Sua linha narrativa segue dois movimentos que aparecem no título: "morte" e "vida". No primeiro, temos o trajeto de Severino, personagem-protagonista, para Recife, em face da opressão econômico-social, Severino tem a força coletiva de uma personagem típica: representa o retirante nordestino. No segundo movimento, o da "vida", o autor não coloca a euforia da ressurreição da vida dos autos tradicionais, ao contrário, o otimismo que aí ocorre é de confiança no homem, em sua capacidade de resolver os problemas sociais.

O auto de natal Morte e Vida Severina possui estrutura dramática: é uma peça de teatro. Severino, personagem, se transforma em adjetivo, referindo-se à vida severina, à condição severina, à miséria.

O retirante vem do sertão para o litoral, seguindo a trilha do rio Capibaribe. Quando atinge o Recife, depois de encontrar muitas mortes pelo caminho, desengana-se com o sonho da cidade grande e do mar.

Resolve então "saltar fora da ponte e da vida", atirando-se no Capibaribe. Enquanto se prepara para morrer e conversa com seu José, uma mulher anuncia que o filho deste "saltou para dentro da vida" (nasceu).

Severino assiste ao auto de natal (encenação comemorativa do nascimento). Seu José, mestre carpina, tenta demover Severino da resolução de "saltar fora da ponte e da vida".


Bom estudo pra vocês!